A600: o disco voador russo capaz de transportar 600 toneladas
Os dirigíveis estão de volta. Após a tragédia do Hindenburg em 1937, na qual 35 pessoas morreram, esse tipo de aeronave inflável deixou de ser um meio de transporte para pessoas e se tornou quase exclusivamente um suporte publicitário voador. No entanto, uma nova geração de zepelins está prestes a surgir e promete revolucionar o transporte de mercadorias. Ao Pathfinder 1 de Sergei Brin, cofundador do Google, agora se junta um novo projeto russo com formato de disco voador e capacidade para carregar até 600 toneladas. O novo dirigível da empresa aeronáutica russa Aerosmena tem um formato lenticular chamativo. De acordo com os criadores, relatado pelo Interesting Engineering, esse design melhora o clássico mais alongado, permitindo maior facilidade de manobra para uma aeronave tão grande e pousos mais seguros em condições de vento desfavoráveis.
Segundo os designers, essas características são essenciais para o carregamento e descarregamento de materiais em terrenos inacessíveis a outras aeronaves. Assim, o dirigível poderá recolher enormes quantidades de carga de um navio no meio do oceano e também ajudar no combate a incêndios em áreas montanhosas. Como outros modelos modernos, este dirigível russo utilizará hélio em vez de hidrogênio. Desde o desastre do Hindenburg, deixou-se de utilizar esse gás, que é muito leve, mas inflamável, e passou-se a utilizar o hélio, mais pesado, porém muito mais estável.
A empresa russa planeja lançar vários modelos com diferentes capacidades de carga, variando de 20 a 600 toneladas. Esses dirigíveis poderão atingir velocidades de 250 km/h e terão autonomia de até 8.000 quilômetros. De acordo com a Aeromena, esse dirigível precisará de 620.000 metros cúbicos de hélio para alcançar a flutuabilidade neutra, ou seja, permanecer suspenso no ar.
O diretor geral da Aerosmena, Sergei V. Bendin, afirma que o plano é construir inicialmente uma versão capaz de carregar 60 toneladas de carga, testar o desempenho da aeronave em voo e utilizar a experiência adquirida para construir modelos maiores com capacidade para transportar 200 e 600 toneladas. Segundo Bendin, esses dirigíveis gigantes estarão operacionais já em 2024. Mas o plano da Aeromena vai além disso. Bendin garante que, no futuro, poderá haver um modelo para transportar passageiros em uma espécie de cruzeiro aéreo de luxo ao redor do mundo.
O retorno dos dirigíveis
Sergei Brin, cofundador do Google e a oitava pessoa mais rica do mundo, registrou na administração de aviação americana o Pathfinder 1, um dirigível de nova geração com 72 metros de comprimento, 100% elétrico e com capacidade para 14 passageiros. Rumores indicam que o Pathfinder 1, assim como a primeira versão da Aeromena, é o primeiro passo para criar o maior dirigível do mundo. Pouco se sabe sobre esse modelo por enquanto, mas foi divulgado que terá 198 metros de comprimento e uma enorme bateria de hidrogênio de 1,5 megavatios de energia.
O objetivo desse dirigível gigante é apoiar a fundação de Brin, Global Support and Development, na distribuição de ajuda humanitária em todo o planeta. Como sempre acontece com aeronaves elétricas, o maior obstáculo para tornar essa tecnologia realidade é a bateria. O plano de Brin é desenvolver uma bateria com capacidade suficiente para percorrer longas distâncias com uma aeronave desse tamanho, totalmente carregada. Até o momento, a Aeromena também não comentou como alimentará seus motores para poder transportar 600 toneladas a milhares de quilômetros. Por enquanto, parece que as empresas aeronáuticas estão se concentrando principalmente em dois tipos de baterias. A Airbus apresentou recentemente projetos para uma série de aviões elétricos (ZEROe) que utilizariam hidrogênio líquido como combustível. No entanto, a própria Airbus confessou que isso exigiria um investimento significativo para alterar as infraestruturas de abastecimento de combustível nos aeroportos.
A outra opção são as baterias que a Rolls Royce apresentou no Spirit of Innovation, um avião elétrico britânico que promete ser o mais rápido do mundo, com uma velocidade de 480 km/h. Para manter essa velocidade, a Rolls Royce projetou um sistema de 6.000 baterias cilíndricas de lítio, que evita o superaquecimento e possui uma grande capacidade de carga e descarga. Segundo a empresa britânica, com essa bateria, o Spirit of Innovation será capaz de voar de Paris a Londres com apenas uma carga. Ainda não sabemos se esses projetos serão concretizados, mas eles abrem a porta para que em breve possamos usar dirigíveis para algo além de propagandas. Além de transportar mercadorias com fins humanitários e comerciais, eles também poderiam oferecer uma forma de transporte de passageiros que respeite o meio ambiente e, com sorte, o espaço entre os passageiros.